terça-feira, 22 de abril de 2008

22/04/08

Fiquei muito tempo sem escrever, mas é que realmente não tem acontecido nada de bom pra contar pra vocês (até agora). Minha vida se resume a escola-casa e casa-escola. Isso não tem graça contar pra ninguém.
Ando tão sentimental que ando chorando na rua de bobeira. Os sentimentos aqui triplicam. Quem ta aí no Brasil não entende o que se passa aqui. Todo mundo pensa que só é curtição, vida mansa, baladas, festas, e que no meio disso tudo a gente perde todos os sentimentos. Mas na verdade é totalmente o contrario. Tudo que é a gente sente aqui é muito mais forte, muito mais forte mesmo. Estou sem internet em casa, meu celular quebrou, não consigo ligar pra casa, e isso tudo me deixa muito triste. Acordo super cedo pra ir pra escola e usar a internet deles, pra poder falar minha família e o Ro e quando não encontro algum deles, fico muito mal.
O Ro sempre recebe minhas mensagens pelo celular, mas o pessoal de casa não. Mas mesmo assim (isso vocês não sabem) eu mando mensagem todos os dias para os três celulares de casa. Eu sei que eles não estão recebendo, mas não posso desistir, vai que uma delas chega né?!?!?!
Agora ontem e hoje ta tudo muito diferente. O Ro ta vindo, embarcou ontem as 2 horas no horário daqui. Não consegui dormir de domingo pra segunda (o dia do embarque). Acordei mega cedo, sai de casa na maior chuva pra correr pra escola e tentar falar com ele antes de ele embarcar. Cheguei tão rápido lá que a escola ainda estava fechada, fiquei lá na porta esperando ela abrir e quando isso aconteceu corri pro computador. Conectei e ele não estava on line. No caminho da escola tinha tentado ligar, mandar mensagem, mas não sabia se ele estava recebendo exatamente pq meu celular quebrou. Falei com as meninas e elas ligaram na casa dele, e a mãe dele disse que ele tinha saído pra comprar umas coisas de ultima hora. Esperei uma hora conectada até o inicio da aula, e ele não entrou. Chorei esta hora inteira, de tanta ansiedade e saudade. Fui pra aula e não conseguia parar de chorar, até que ele me ligou, consegui falar com ele graças a Deus o que me deixou mais tranqüila.
Ele embarcou e agora está a caminho.
Agora estou sem conseguir dormir também, pensando que ele está chegando. Tudo que eu olho, cada onda, cada paisagem, cada lugar, penso nele, no quanto ele vai curtir estar aqui.
Agora são 11:15 da manhã, estou em casa e contando as horas pra ele chegar. Essa hora ele deve em Dubai, se preparando pra embarcar pra Sydney.
Ele vai chegar aqui amanhã as 6 da manhã. Faltam 18 horas pra eu ver meu amor. Vão ser às 18 horas mais longas da minha vida.

sábado, 5 de abril de 2008

29/03/08

São 22 horas, acabei de voltar do meu segundo dia de trabalho, hoje já cheguei lá sem me impressionar muito com as coisas. Hoje tinham outras pessoas trabalhando além da Mayara e do Steven, estavam a Lucy uma australiana, e um outro indiano que não sei o nome. Alguns minutos depois, saíram todos menos a Mayara, e chegou outra australiana, a Rachel. Foi mais tranqüilo hoje, fiquei mais tempo dentro da cozinha lavando as coisas, mas também recebi bastante ajuda da Rachel, que também me explicava com bastante calma o que deveria fazer, e sempre fazia uma vez primeiro pra eu ver como era.
Algumas vezes eu via as unhas das meninas aqui e pensava, nossa que relaxo, unha sem fazer, tudo feia. Agora eu entendi porque: quebrei todas as unhas, não consigo manter nem base na unha com tanta coisa pra limpar. Volto pra casa num cheiro de gordura que mesmo depois de tomar banho parece que o cheiro ainda me persegue. A roupa chega parecendo tão suja que só vendo.
Agora só trabalho segunda, quarta e sexta. Ainda da tempo de arrumar outro emprego para os outros dias.

27/03/08

Hoje consegui uma entrevista em um restaurante, aqui na esquina da minha atual casa, em Collaroy. A gerente é uma brasileira de 18 anos que já esta aqui a 1 ano. O nome do restaurante é “O Galo”. A primeira vista era de uma lanchonetezinha agradável que vendia lanches, uns tipos de saladas, peixes e frango. Conversei com a gerente alguns detalhes do trabalho, e na hora já passei pro outro lado do balcão pra começar a trabalhar, pois eles estavam realmente precisando de funcionários e eu não podia perder a chance de pegar experiência com uma brasileira me ajudando.
Ao entrar as 5 horas da tarde já comecei a limpar as bancadas onde os lanches eram feitos, os vidros da geladeira de refrigerante, espelhos, enfim, tudo que podia passar pano eu passei.
Mas o lugar tava tão cheio que logo já comecei a fazer lanches: fritar frango aqui, colocar pão com queijo ali, colocar batata pra fritar, pega peixe de um lado, coloca de outro, aí corre pra sala gelada pra pegar um peixe, volta, limpa, lava, varias coisas ao mesmo tempo. Claro que me impressionei com a limpeza do lugar, ou melhor, a falta de limpeza que tinha em todo lugar, e então decidi que não comeria mais em restaurantes, pois isso pelo que eu já sabia, era normal em todos os lugares, na verdade esse ainda tava limpinho, pois só vi uma barata durante as horas que trabalhei.
O dono do restaurante apareceu por lá e como viu que haviam duas novas funcionarias naquele dia, resolveu mandar lavar o restaurante todo na hora de fechar.
No restaurante trabalha a Mayara, a gerente, o Steven, um indiano bem simpático que já estava com a maior paciência comigo pois eu perguntava varias coisas pra ele e ele ensinava com a maior calma, e ainda me corrigia quando eu falava alguma coisa errada, e a Jéssica, outra brasileira que começou no mesmo dia que eu.
As horas passaram super rápido e logo o restaurante já estava fechado. Trabalhei 5 horas na maior correria mas a pior parte estava por vir, a faxina final: tem que tirar todas as comidas, levar pra sala gelada, limpar todos os vidros do balcão, todas as prateleiras, a chapa, o forno de assar frango, enfim tudo, pra depois limpar o chão. O chão não usa água como aí no Brasil faríamos. Aqui joga um produtinho, esfrega com a vassoura e depois limpa com uma espécie de vassoura de pano (aquelas que a gente vê o povo do Mc Donalds limpando o chão), agora imagina limpar o chão de um restaurante todo engordurado só assim? Ficou bem meia boca, mas quem olhava de longe até achava que tava tudo super limpo, mas eu ainda estava com as minhas duvidas. Cheguei em casa podre, agora deu pra notar que realmente não é brincadeira, é trabalho pesado mesmo, sem frescura, sem nojo, sem fraqueza, mas estava feliz pois tinha um emprego.

26/03/08

Hoje acabou a procura pelo apartamento. A Adri conseguiu alugar um apto pra gente morar. O apto fica na Queenscliff Road esquina com o mar..rss.
Para vocês terem uma idéia, quando eu cheguei aqui, o Junior e Adri me levaram nesta rua pra ver a vista que o lugar tinha, quando cheguei lá pensei “nossa morar aqui deve ser a coisa mais impressionante do mundo”, eles comentaram de um amigo que morava lá e um dia ligou pra eles pra falar que estava vendo golfinhos, e agora eu vou morar neste lugar, nem dá pra acreditar.
Não pude conhecer o apto por dentro, pois na hora que a Adri foi conhecer eu estava em aula, mas o prédio fica praticamente em cima da praia. A vista é pra praia inteira até Manly. Vou poder ir a pé pra escola. Quando vocês virem as fotos vocês vão entender bem o que eu quis dizer com “morar aqui deve ser a coisa mais impressionante do mundo”.