terça-feira, 18 de março de 2008

18/03/08

Ontem saí da aula e fui procurar emprego. Foi horrível. Varias vezes pensei: Meu Deus eu devia ter estudado inglês antes. Como é horrível as pessoas falarem com você e você não entender nada. Andei o Corso todo procurando um lugar vazio pra eu entrar pois estava morrendo de vergonha de tentar falar inglês em publico. Meu texto pra procurar emprego estava decorado, mas é claro, tinha as respostas das pessoas, e isso eu não ia entender com certeza. Encontrei um restaurante vazio, entrei e falei: I’m look for a job. Can I leave my CV? (Estou procurando trabalho, posso deixar meu Currículo?). Pronto essa foi a deixa para as pessoas desembestarem a falar e eu não entender nada. Depois de a mulher falar e falar e eu não entender, avisei que estava aprendendo o inglês, e pedi desculpa, ela falou de novo e só entendi experiência, avisei que não tinha, aí entendi que eles só contratavam com experiência. Pedi pra deixar meu CV de qualquer forma e saí.
Parti pra outro que também não entendi nada, mas o cara apontou pra rua e disse Manager, pensei: o gerente dele deve estar lá fora. Falei Ok e fui embora, afinal não entendi nada e não sabia quem era o gerente, mas pelo menos quando eu já estava saindo ele me desejou boa sorte.
Fiquei bem triste por não entender nada, mas todos dizem que é assim mesmo no começo.
Hoje por exemplo ligaram aqui em casa e eu estava sozinha, um cara falando sem parar e eu de novo não entendi nada. Não sei nem pra quem era, nem quem era. Só sei que falei que não tinha ninguém em casa (e eu era oque né...rss??) e ele disse que ligaria a noite. Se for alguém me oferecendo empregou, lascou !!!
Amanhã vou fazer uma limpeza na casa de uma amiga da Adri, meu primeiro trabalho. A poucos minutos a Adri me ligou dizendo que ela quer que eu vá uma vez por semana (Mãe, to igual a Rejane..rss), e que talvez me arrume um emprego num restaurante 4 vezes por semana, paga pouco mas eles ensinam direitinho. Vamos lá, to aqui pra isso, ninguém falou que ia ser fácil. Quando eu decidi vir eu sabia que ia trabalhar em sub-emprego e passar por situações como essa pela falta de inglês.
Mas logo logo isso vai passar e ainda vou dar muita risada de tudo isso.

terça-feira, 11 de março de 2008

10 e 11/03/08

Começa a segunda semana de aula. Toda segunda iniciam novos alunos na escola, então na minha turma que tinham 4 pessoas, passaram para 9. Agora são quatro brasileiros, um peruano, dois colombianos, uma chinesa e uma que ate agora não sei de onde é, deve ser tcheca, russa, sei lá o que, pra se ter uma idéia ela chama Stvilana (sei que é assim que fala, mas com certeza não é assim que escreve). Tem também a Chum Me, a Jumko, A Chum Me a Jumko só dão risada o tempo todo, elas olham pras pessoas e fazem: hihihihihi... muito engraçado, fora que elas carregam um computadorzinho que faz tradução do chinês pro inglês, e eu lá toda pobre com meu dicionário na mão..rss.
As aulas estão muito mais demoradas, afinal tem bem mais alunos agora para aprender né, e imagina os chinas pra falar inglês, é muito engraçado, não sai nada.
Hoje depois da aula, pela primeira vez dirigi aqui. Aqui a direção é mão inglesa, então tudo que eu aprendi no Brasil, não serve de nada aqui. O caminho de Manly para Collaroy foi uma comedia. Andava com o carro na faixa mais na esquerda, e o Junior toda hora mandando eu ir mais pra direita. Na hora de mudar de faixa, eu ligava o limpador de pára-brisas ao invés de ligar a seta, fora as vezes que fui mudar a marcha e metia o braço na porta procurando o câmbio, que na verdade tava na esquerda e não na direita.
Depois de muita risada no carro, chegamos em casa, sem nenhum risco no carro e nenhuma pessoa atropelada, não entrei na contramão e totalmente vivos.

09/03/07 - O Opera House

Meu primeiro tour efetivo foi hoje. Destino: Opera House.
Enfim conheci esse cartão postal tão famoso, que onde quer que você veja já sabe que é Sydney.
O passeio já começa de uma forma incrível, o meio de transporte é o Ferry. Um barco enorme que aqui é usado como um ônibus no mar. Só que ao invés de ter prédios do seu lado, você tem uma vista incrível. Quando se está no Ferry se vê tanta coisa que é difícil até de explicar (ainda bem que inventaram a câmera digital, assim vocês podem entenderem). Pra todos os lados que você olha a água é de um verde incrível, como disse a Adriana, aqui a gente entende o que é a cor verde água.
O tempo de viagem no Ferry de Manly pra City é de mais ou menos 30 minutos. Só a vista já vale a pena. Agora pensa, no fim do percurso você avista o Opera House e a ponte Harbour Bridge, os dois maiores cartões postais da Austrália. Incrivelmente lindo.
O “ponto final” do Ferry é no Circular Quay. O Opera House fica do lado, você chega lá a pé. Ponto turístico total, barraquinhas, lojinhas, turistas, e câmera fotográfica pra todo lado. Quando chegamos eu vi que não existem tantas escadas quando parece nas fotos, é mais tranqüilo do que parece...rss. Mas a estrutura do lugar é muuuito alta, muito legal. Quando eu cheguei lá, eu tive a mesma sensação de quando estive na Disney e vi o castelo da Cinderela, de novo pensei: Não to acreditando, to aqui mesmo.
Fiz meu papel de turista, milhões de fotos, poses, entrei no Opera House, mais fotinhos, lojinhas. Pronto, incrivelmente eu já conhecia o Opera House. Saímos de lá e fomos almoçar num lugar de panquecas bem conhecido aqui: Pancakes on the Rock, as panquecas estavam ótimas. Saímos de lá direto pra Darling Harbour, pra chegar lá passamos pela George Street, a Av Paulista de Sydney, lá fizemos uma paradinha no Shopping QVB (Queen Victoria Building).
Darling Harbour é uma bahia onde tem um outro lugar onde param barcos de transporte também, mas de tamanho menor, nesse lugar também tem vários Pubs, shopping, etc. De lá pegamos um barco para nos levar de volta ao Circular Quay para então pegarmos o Ferry que nos levaria de volta a Manly, e de novo mais uma viagem fantástica pelas águas de Sydney.
Chegamos em casa as 19 horas, estava super cansada de tanto andar. Nosso tour pelo Opera House foi ótimo, voltei com varias fotos e a certeza de que estou realmente em Sydney.

sexta-feira, 7 de março de 2008

07/03/08

Os dias estão seguindo tranqüilos e sem novidade.
Minhas aulas estão fluindo bem, ainda não falo inglês, mas já perdi o medo de ir nos lugares sozinha. Se eu entender ok, parabéns, se não, deixa pra lá...rss.
De uma frase inteira que as pessoas falam, eu geralmente entendo uma palavra, por exemplo: dkjfeowij ljepijk açeoiralf askjfeifja lksfja BEACH.
Ai penso, ok algo com praia. Na próxima frase pego outra palavra e assim eu penso que entendi o assunto, pois montei minha própria frase na cabeça.
Nas aulas acontece a mesma coisa, e é assim que a gente pensa que ta entendendo tudo. Uma palavra aqui, outra ali, e no final dá tudo certo.
Hoje a aula na parte da tarde foi num Museu. Foi engraçado, saímos da escola as 13:40, eu, o professor, o Alian (Peruano, não é colombiano, descobri hoje) e o Vicente, o outro brasileiro, e fomos todos passear no museu para ter uma aula meio que pratica. Manly Art Gallary & Museum. Ele falava, falava, falava, eu só entendia algumas coisas. Se entender coisas normais já é difícil imagina obras de arte e coisas do museu. Praticamente impossível, mas foi bem legal, pena que não pude tirar foto, pois é proibido.
To sentindo muita saudade de todos, e saudades de estar em casa sabe, ainda não é minha casa, talvez quando a gente se mudar isso mude também, mas por enquanto parece que tudo é emprestado, é estranho.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Today is my first day

Treinei essa frase pro meu primeiro dia de aula, pois precisava de cara falar algo assim que entrasse na escola. Bem cheguei, fui até a recepção e: Today is my first day. Foi o inicio de tudo. A mulher desembestou a falar e eu não entendi nada. Nada. Nada. Ela desenhou no papel: 4 – 8:30 pm. Entendi, minha aula era essa hora. Ok. Ela continuou falando e eu: Sorry. Sorry. Sorry. Até que veio um cara falar em português comigo. Você esta na turma da tarde, volta as 4 horas. Agradeci e saí.
Odiei. Só queria chorar. Fui pra agencia pra avisar o Ju que iria pra casa pra voltar a tarde. Ele ligou na escola porque tinha certeza que minha aula era de manhã. Deu meia hora ele disse: Sá já ta tudo certo, pode voltar pra escola. Eu pensei: Ah não, eu não quero. Mas fui, pedindo a Deus pra me fazer entender, e como diria a Tilene, abrir meus ouvidos pro inglês. Cheguei lá a mesma topeira da recepção já foi me pedindo desculpas, pois tinha visto outra Sabrina, também brasileira que estava na turma da tarde. Me deu algumas coisas pra preencher e pediu que eu esperasse 20 minutos. Entendi tudo. Passado o tempo o professor me chamou e já me colocou na sala de aula. Eu, mais dois brasileiros e um colombiano. A aula é super didática, claro que tudo em inglês, mas da pra entender algumas coisas. Tem horas que eu não entendo uma palavra, mas tem horas que eu entendo tudo. É engraçado. Rob é o nome do meu primeiro professor, ele faz gesto, dança, escreve, por isso que a gente entende. No primeiro intervalo fui almoçar com o Ju. Fomos comer sushi na praia do Ferry (onde o barco sai, depois tem fotos) e então voltei pra sala de aula bem mais confiante. My first day começou horrível, mas terminou tranqüilo. Quando eu saí da escola pensei: Yes eu posso tudo. Comecei a andar pelo Corso e tudo estava mais bonito. A rua lotada, a praia bombando de gente, o dia tava lindo, um sol maravilhoso. Comecei a andar pelo Corso, fui até a praia, fiquei lá sentada uns 20 minutos só olhando a paisagem. Sai pra andar por Manly, voltei pro Ferry pra tirar umas fotos. Quando sentei em um outro ponto (diferente do almoço) e comecei a ver aquela paisagem, pensei: Meu Deus obrigado por me permitir ver isso. É um privilegio poder ver aquela cena. Que lugar lindo. A paisagem é fantástica, cheguei até chorar sentada ali. A gente tenta descrever o que vê aqui, mas só vendo pessoalmente pra entender o que é. Quando a Adri me contava eu pensava: ok é uma praia, umas montanhas, uns barcos. Mas é muito mais que isso. É tranqüilidade, segurança, um sol quente, um vento gelado. Fiquei sentada lá por muito tempo e pensava: Ninguém vai vir aqui me roubar, aqui é outro mundo. Saí da escola as 2:50 e só voltei quase 5 horas pra agência porque o Ju ia me dar carona pra casa.
Fomos pegar o carro no Castelo que tava com o Ro. Mais uma vez me impressionei com aquele lugar, por que a outra vez só tinha passo em frente, ontem entrei na aérea do Castelo. È impressionante como é bonito, fora a vista né, pois ele fica bem no alto de uma montanha, então lá de cima da pra ver a praia (e da minha sala de aula eu vejo o Castelo também).
É difícil explicar o que senti hoje, no “My first day”. Só realmente estando aqui pra entender o que é esse lugar.

sábado, 1 de março de 2008

Acordei cedo, 7hs já estava de pé. Saí na varanda e vi a praia, lindo com o sol ainda baixo e um vento muito gelado. As pessoas caminhando e o mar calmo. Hoje é dia de procurar um apto novo. Aqui pra olhar aptos pra alugar tem hora marcada, saí até no jornal de que horas a que horas é a inspeção. Tinha um apto as 10:20. Saímos pra tomar café, aqui não tem pão na chapa como estamos acostumados. Compramos o café e fomos tomar café na beira da praia do Manly. Mais uma vista linda. Não encontramos nenhum apto bom então saímos pra fazer minhas compras, precisava de travesseiro e cobertor e ainda não podíamos voltar pra casa, pois nosso apto também está sendo vistoriado pro novo aluguel. Entramos no shopping e fomos uma loja parecida com as lojas Americanas, compramos o que precisávamos e o mais legal, na hora de pagar eles possuem caixas sem funcionário, você vai lá, passa o produto no leitor do código de barras e obrigatoriamente tem que colocar na sacola, se não ele não segue com a leitura. Você termina, coloca o dinheiro, ele dá o troco. Um espetáculo, adorei isso...rss.. realizei meu sonho de ser caixa de supermercado.
Um pouco mais a noite fomos levar o Murilo pra trabalhar no Castelo onde o Ro trabalha. Literalmente é um castelo. O lugar é lindo, to morrendo de vontade de trabalhar lá também. Os dois trabalham lá de kitchen hand, que é um ajudante de cozinha.
Seguimos pra mais um tour, fomos até uma espécie de mirante, North Head, o lugar mais lindo que eu já vi na vida. Vou ter que voltar lá pra tirar uma foto depois pra vocês poderem acreditar. Com a vista da praia e da bahia de Sydney, um espetáculo a parte.
Ao voltar pra casa paramos no posto de gasolina, e eu mais uma vez me diverti abastecendo o carro. Já fui caixa de supermercado e frentista num dia só.

O inicio - de 27 a 29/02

Uma viagem começa sempre pela despedida. E é a hora mais difícil, minha família, o Ro, meus amigos. Dar tchau pra todos eles me fez pensar porque eu tava indo. Deixei meu pai num choro que só de lembrar dói o coração. Quando entrei na área do embarque internacional pensei: O que eu to fazendo?? Passei pela PF chorando, e fui correndo pra um orelhão ligar pra eles pra saber como meu pai tava. Mas graças a Deus ele já estava melhor, e todos estavam na Anvisa tomando vacina. Será que eles vão vir me visitar?? Rss,
Embarquei. As 16 e alguma coisa do dia 27/02. Graças a Deus todos os vôos foram super tranqüilos. Primeira parada: Santiago no Chile. Duas horas esperando o próximo embarque pra Auckland, Nova Zelândia. O vôo mais longo, 13 horas sobre o Oceano, indo por baixo, perto do Pólo Sul, pois assim a viagem é mais curta. Nessa espera do próximo embarque conheci as primeiras pessoas, brasileiros também indo pra Sydney. Dois casais de senhores que estavam indo ver os filhos. Conversamos bastante pois o vôo atrasou uma hora pra sair. Meu primeiro contato com os gringos foram para avisar uns senhores que nosso portão de embarque havia mudado. Lá fui eu: Change Gate eighteen. Change gate eighteem. Entramos no avião. Quem senta do meu lado? O Shrek. Um Neo Zelandes enorme, igualzinho o Shrek. Pensei: Nunca vou conseguir levantar pra ir no banheiro. Com o tempo (e isso tínhamos bastante) começamos a conversar, meio tupiniquim, porque de cara avisei que I don’t speek english. Mas a gente falava uma palavra aqui, um gesto ali e descobri que ele era bonzinho mesmo igual o Shrek. Era professor numa universidade e arqueólogo. Tava vindo do Chile e ano que vem iria para a Amazônia. Grande progresso, varias palavras. Quando ele perguntou quantos habitantes haviam em São Paulo, lascou, e pra falar milhões...rss. O vôo é longo, todo o tempo é noite. Dormi a maior parte do tempo, graças a Deus, assim passou mais rápido, cada vez que acordava, olhava pela janela e via sempre as mesmas estrelas, mudavam as horas e as estrelas estavam na mesma posição sobre a asa do avião. Pensei: Não é possível, isso aqui ta parado, por isso demora tanto. Quando chegamos na Nova Zelândia, tivemos que descer do avião. Por questão de segurança eles exigem que todos os passageiros em transito passem pelo raio X. Descemos, passamos, voltamos para o avião para seguirmos para Sydney. Agora quem sentou do meu lado era um hippie com asa. Como ele tava fedido. Mas quando deu 6hs da manhã no horário local, e por volta das 14:15 horário de Brasília, o sol começou a nascer sobre o céu da Nova Zelândia. Inesquecível. Só faltou mesmo a câmera pra registrar esse momento e o Rô do meu lado pra ver isso comigo. Alias a viagem pra Sydney só teve imagens lindas. Quando estávamos chegando, o sol atrás do avião, e refletindo sobre as nuvens a sombra do avião, parecia tão pequeno sobre tantas nuvens. Depois de 3 ou 4 horas de vôo começamos a descida. Pra minha sorte, afinal 10 minutos não faziam diferença, o aeroporto de Sydney estava cheio, então tivemos que dar umas voltinhas sobre Sydney. Eram 7 horas da manhã horário local. O Sol brilhando. Já avistei a cidade. Que lindo. Derrepente vejo o Opera House. Pensei: Caracas to aqui. Não tava acreditando. A ponte Harbor. Meu Deus mas que cidade linda. Tudo muito verde, muita praia, muitos barcos. Aqui já era dia 29/02. Em São Paulo ainda era dia 28 e por volta das 18hs. Pousamos com tranqüilidade, e desembarquei. Dri e Junior me esperando. Quanta saudade. Fomos pro carro já começa a dificuldade. Mão inglesa. Pegamos um pouco de transito e eu tava tensa...rss parecia que os carros viriam na nossa direção. Atravessamos a cidade e já fiz um tour. Me levaram pra ver o Opera House de perto e passamos pela ponte. É tudo muito bonito mesmo. Chegamos em casa, um apto no terceiro andar de um predinho baixo da Collaroy St. O apto é lindo, bem clean, tudo bem novo. Deixamos as malas, tomei um banho e saímos pro Manley pois a Adri precisava trabalhar e eu não podia dormir pra ir acostumando com o horário. A Information Brazil fica bem no The Corso, uma praçinha com varias lojas, e fica bem em frente a praia. A agência é um lugar bem informal onde os estudantes estão a toda hora. Passamos a tarde toda lá e o Ro me ajudou a abri uma conta do banco. Voltamos, fizemos compras no mercado e de volta pra casa.